Perguntava-me baixinho - Me amas ? - E eu respondia - Amo mais do que eu achava possível - E ela dizia - então diga a todos.
Mas importava-me somente que ela soubesse. Restava-me, então, perguntar-lhe - Tu sabes ? - Ela respondia que sim. E eu retrucava - Eu sei e você sabe. O amor é nosso. Pros outros é silente; é serene; é secreto.
No momento de minhas falas, ela olhava como quem gostasse. Agradavam-lhe os meus romantismos, as minhas frases improvisadas de amor. Mas logo depois voltava com a mesma história, queria que eu formalizasse o nosso amor. Queria uma palavra : namoro, casamento, qualquer palavra que selasse.
Revirei-me. Mudei meu modo de agir. Trazia-lhe flores, palavras, cartas. Dediquei-lhe tangos. Cantei-lhe choros. Escrevi-lhe poesias. Deixei de deixar minhas palavras como fantasmas. Abri-me a ela. E lhe amei de todos os modos que pude, fiz tudo que me era cabível, dei-lhe o mundo e todo o amor que me restava.
Mas ela recusou. Bastava-lhe apenas uma prova, mesmo que falsa. Não lhe importava tanto o amor, isso eu só pude perceber depois. Bastava-lhe que o mundo soubesse.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
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Às vezes as coisas que bastam nem dá pra entender.
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