quinta-feira, 24 de junho de 2010

Platônica Mente

Não me lembro tão claramente de como me apaixonei. Lembro somente de olhares que te jogava durante nossas aulas, e que iludia-me a pensar que retribuías. Trocamos algumas palavras, disses que tinha certeza que eu cantava; eu ri, contido e envermelhado, e disse que não tinha a mesma certeza. Nesse dia, passei a achar que me gostavas. Falei pra ir ver-me algum dia, a tocar.

Fostes.

Deve ter sido nesse dia. Ao musicar, te cantava, e tu m'encantavas. Olhava-te, sozinha na mesa, ao dançar com as mãos e com o cigarro, que fumavas paulatinamente. Eras tão suave que chegavas a ser melodiosa. Nesse dia, sim, foi nesse dia que entendi o quanto te queria por perto. Foi nesse dia que sentou junto a ti um rapaz, que provava a acariciar tuas mãos e te decifrar com os olhos. Ah, sim, e foi nesse dia que, ao entender teus lábios e teus charmes, decidi quanto melhor seria te amar platonicamente.

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