sábado, 26 de junho de 2010

Réquiem - De Mozart á Carrasco


Poeticamente,
Caía-se e
se levantava.
Chorava e
se lastimava:
Vertia lágrimas.

Teatrificamente,
Pendia-se em
cólera e
arrebatava-se
em ira:
Desenlaçava-se
a vida.

Vibrava d´amores,
Enternecia-se em sexo,
Inteirava-se em rezas.
Vivia.
Ou apenas deixava
de morrer.

Alimentava-se
de agudos.
E regurgitava
palavras
orquestrais:
Desvairava-se
em sentireza.

E, desesperada,
arrebatada e
agonizada,
confrontava-se
com o solo,
com Deus e,
no silêncio
de preces,
me arrancava
as lágrimas que,
durante toda a vida,
eu deixei
de chorar.

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